quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Boas Festas...

...tudo de bom nesse final de ano para vocês que me visitam por aqui. E um 2010 excelente, cheio de bons sentimentos, boa vontade e esperança, que, na minha opinião, são as coisas que faltam no mundo. Para os cristãos, Feliz Natal! Gostaria que todos revissem o valor do Natal em suas casas, e que essa data deixe de ser comercial para ser difusora da caridade, do amor e da fraternidade.
Prometo postar no próximo ano tudo o que eu cozinhei e não deu tempo de dividir com vocês. Agora moro sozinha: o Haroldinho terminou o mestrado e voltou lá pra Curitiba, então meus pratos daqui pra frente vão ter o tamanho certinho pra uma pessoa. E muita saudade do Haroldo, claro.
Obrigado a todos vocês blogueiros que eu visito e que me visitam, quando eu me sinto só corro aqui e me sinto acolhida, em família.
Beijos

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Costelinha de porco para a Ceia da República


Nós, que moramos em Repúblicas, também temos coração e sentimentos. Há alguns anos que tento, no final do ano, organizar um ceia de Natal/Ano Novo em um dia qualquer de dezembro aqui na República, só para os muito, muito, muito amigos, e tenho conseguido. Há dois anos pudemos contar com a presença da Rabada da Sugão, que ficou, como posso explicar? Para resumir sua textura e sabor, comparo os pequenos pedaços de rabo a flocos de carvão, prontos para cair na churrasqueira. Ano passado, a ceia virou churrasco com o restinho das coisas que ficou na casa de cada um que tava indo embora (nó na garganta), pois todos precisavam esvaziar as geladeiras alugadas para a época da formatura. Esse ano, a única pessoa com vontade de cozinhar alguma coisa era eu, e a vontade não era tanta assim...rsrs... Digamos que a graduação é um período tão mais simpático que a pós! rsrs


Enfim, eu resumi a ceia em uma farofa bem gostosa, salada de batatas com maionese beeeeem simples, arroz com passas e nozes, pãezinhos com patês, salames e queijos de entrada e ela: a costelinha de porco ao molho barbecue, no melhor estilo copiado do Outback, que estava soltando dos ossos, úmida, com casquinha crocante, hummmm. Essa vale a pena por dois motivos: é facílima de fazer, praticamente colocar no forno e esquecer por duas horas e meia, e fica muito, muito especial. Tanto que trocamos as carnes típicas do final de ano pela costelinha na nossa ceia. Se tem uma receita aqui do blog que vale a pena de verdade (principalmente de carnes, visto que eu não sou a maior fã do mundo delas), é essa aí. Com muito carinho pra vocês!
PS: no maior clima "Promessas de final de ano", prometo ano que vem estudar mais sobre fotografia e sobre Photoshop, ok? Eu sei que minhas fotos não são boas, mas a intenção é das melhores...mas prometo mesmo assim melhorar a técnica! Vocês merecem!
COSTELINHA DE PORCO AO MOLHO BARBECUE
  • 1,5Kg de Costelinha Suína magra (o mais magro que conseguir...sei que não é fácil!)
  • Suco de 3 limões
  • Sal a gosto
  • Pimenta do Reino a gosto
  • 1/2 xícara (ou mais, se preferir) de molho Barbecue de boa qualidade (usei Heinz, que é o máximo que minha cidadezinha tem no mercado)
  1. Tempere a costelinha com sal, limão e pimenta pelo menos 8 horas antes de preparar. Temperei 24h antes, e ficou ótimo. Mantenha na geladeira até o momento de ir para o forno. O sal dessa receita é o seguinte: coloque um pouquinho a mais do que você julga necessário para o seu paladar. Explico: a carne perde bastante gordura no forno, e com ela vai uma boa parte do sal. Por isso, aumente a quantidade. Mas não exagere, tá? Tudo o que não precisamos é de um excesso de sódio para estragar uma receita e nossa saúde...rs
  2. Coloque as peças de carne com os ossos para baixo numa assadeira não muito baixa, cubra com papel alumínio (eu enrolo o papel alumínio na assadeira: você não precisa abrir pra ver se já está no ponto, só abre na hora de pincelar o molho). Coloque no forno baixo (o mais baixo aqui em casa é 150 graus, fiz nessa temperatura) e esqueça a costelinha por duas horas e meia.
  3. Abra o papel alumínio, e o que você vai ter é uma costelinha muito macia, com quase nada de gordura, mas pálida. Retire a gordura da assadeira, pincele o molho barbecue na peça toda, e volte para o forno sem cobrir com o papel alumínio, agora em temperatura alta, por mais ou menos 10 minutos. Se quiser um vermelho mais vivo e uma casquinha mais crocante, pincele mais uma vez e volte para o forno por mais 5 minutos. Pronto. É ou não é fácil e especial??

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Sorvete de baunilha de verdade!


Sou crítica para sorvetes. Cresci tomando sorvetes da Sorveteria Branca de Neve (propaganda justa), em Lins, todos os feriados, quando íamos para lá, ou então os sorvetes que minha mãe fazia em casa. Portanto, estou acostumada com sorvetes feitos com frutas, chocolate de verdade, ingredientes naturais. E tenho uma mania não muito econômica: eu gosto de sorvetes de qualidade NÃO IMPORTA O QUANTO ISSO CUSTE. O da Branca de Neve já não é o mesmo de 10 anos atrás, mas custa muito barato, cerca de R$5 uma porção grande. Se ele fosse o mesmo da minha infância e adolescência, eu pagaria o dobro, 3 vezes, mais ainda se preciso fosse, para degustar sorvete de verdade. Infelizmente, no Brasil, sorvete de qualidade não está tão disponível quanto eu gostaria. Nem pagando bem.
Não preciso nem dizer que sorvetes daquelas marcas do supermercado, sabe? Nestlé, Kibon (eu sei que não é legal ficar falando marcas, mas... no caso de sorvete, eu supero as regras de etiqueta) - esses eu não como de jeito nenhum. Às vezes eu encaro uma ou outra gelateria em São Paulo, quase sempre me decepciono, ou mato saudade da infância e vou até a Branca... Mas ando achando que para satisfazer minha chatice - assumo: frescura, falta do que fazer, etc, etc, etc - vou ter que fazer meu sorvetinho em casa. E há tempos que eu tenho pedido uma sorveteira de presente para o Haroldo, mas acho que ele não havia se convencido da real utilidade de uma dessas. Esses dias, resolvi fazer sorvete mesmo assim, sem sorveteira, já estava fazendo a receita e me conformando com cristais e cristais de gelo que sobrariam e derrubariam a qualidade do meu produto final ao chão. Mas eu precisava convencê-lo de que uma sorveteira era mais útil que um Playstation 3, ou um Home Theater. Fiz um sorvete de morango (que eu ainda quero acertar a receita) e um de baunilha. Esse último, a cada 2 horas, lá ia eu tirar o sorvete do freezer e batê-lo na batedeira para quebrar os cristaizinhos. Não é que ficou bom? Deu trabalho, mas a textura ficou muito, muito próxima da que eu gosto. E o sabor: bom o Haroldo vive comprando sorvete de creme da Nestlé. A comparação é impossivel: uma fava de baunilha inteira explodindo sabor na boca é muito, muito superior a uma essência artificial duvidosíssima de baunilha. Na foto, dá pra ver os pontinhos pretos, que são as sementinhas da fava. Vale a pena. Podem fazer essa receita tranquilos, porquê se eu aprovei, a chance de qualquer outra pessoa aprovar é muito grande. É, eu sou chata para sorvetes! E resultado: pelo visto, o Haroldo anda procurando uma sorveteira pra comprar pra mim!

SORVETE DE BAUNILHA
Fonte: adaptada de uma receita do David Lebovitz
Rende aproximadamente 1,5L
  • 250mL de leite integral
  • 1 pitada de sal
  • 3/4 de xícara de açúcar
  • 1 fava de baunilha
  • 500mL de creme de leite a 35% de gordura
  • 5 gemas de ovo
  • 1 colher de sopa de Vodka de boa qualidade
  1. Numa panela, aqueça o leite, junte a ele o açúcar e o sal. Abra a fava de baunilha longitudinalmente, retire as sementes e junte-as ao leite quente. Coloque junto a fava de baunilha aberta, desligue o fogo, tampe a panela e deixe descansar por 1h.
  2. Prepare um bowl grande com gelo, coloque o creme de leite num bowl menor, e coloque este dentro do maior.
  3. Numa tigela ou bowl, misture com um fouet as 5 gemas. Reaqueça o leite, e vá colocando-o nas gemas e misturando bem, aos pouquinhos, até ter encorporado todo leite às gemas. Volte essa mistura para a panela.
  4. Cozinhe essa mistura em fogo baixo, misturando o tempo todo com uma espátula de silicone, até que a mistura fique espessa o suficiente para envolver a espátula. Coe a mistura cozida sobre o creme de leite, retire a fava de baunilha, misture com um fouet até esfriar completamente, e adicione a Vodka. Coloque o creme final num pote e leve ao freezer por uma noite.
  5. Na manhã seguinte, se você tem uma sorveteira, coloque o creme congelado nela, e siga as instruções do fabricante. Se você é uma pobre mortal como eu, a cada 2 horas, retire o pote do freezer e bata com a batedeira por 3-4 minutos. Repita pelo menos 5 vezes.

Eu sei, eu sei... dá um trabalhão, principalmente pra quem não tem sorveteira, como eu. Mas sabe o que? Fica tão gostoso, docinho, com aquele sabor honesto de baunilha, um perfume que se espalha quando você abre o pote... Faz tempo que eu não encontro um sorvete assim: simples e tudo de bom, perfeito pra acompanhar um brownie de chocolate beeeeeem amarguinho, ou para ser consumido puro mesmo, leve e encorpado... sorvete de qualidade! Que felicidade...

PS: lave bem sua fava de baunilha usada, seque-a ao sol e coloque-a num pote de açúcar. Ele fica cheirosinho, perfeito para adoçar levemente o capuccino.

PS2: não sei fotografar mesmo, e daí? Além do mais, quando bati essa foto, estava mais ou menos 30 graus e o sorvete ficava derretendo... Embora a foto não faça justiça à receita, dêem um desconto, vai? Sou só uma pobre veterinária dividindo o que faço de bom na minha cozinha com vocês!

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Bouquet de alcachofras: presente da Alkachofra...


Já citei que aqui em Botucatu, nós da UNESP nos conhecemos praticamente só por apelidos? Assim que me formei, eu tive que me reacostumar a ser chamada pelo nome, e não de, rsrs, Carnicera, minha alcunha. Durante a graduação eu conheci a Alkachofra, que foi caloura quando eu estava no terceiro ano, e que ganhou esse apelido carinhoso por ser uma cidadã de São Roque, a maior produtora da flor mais gostosa que existe. E recentemente a Alkachofra (com k, é a amiga) chegou na minha casa com um delicioso bouquet de alcachofras de presente para mim. Gentil, não? Preparei-as o mais rápido que eu pude, com uma receita que não é minha preferida, mas a que eu achei que mais fosse agradar ao paladar do Haroldo (vulgo Discórdia), que nunca havia experimentado a iguaria.

Engraçado, né? Mas eu sou uma das poucas pessoas que conheço que adora - adora!! - ganhar presentes que vão direto para minha cozinha: panelas, copos, canecas, potinhos, comida. Portanto, o presente foi mais do que bem vindo, e é claro que a Alkachofra amiga foi convidada para o jantar!

Considerações sobre a receita: essa é uma receita muito, muito simples. Ninguém vai achar "complicado" preparar essa alcachofra, mas muita gente vai achar "trabalhoso". Pois eu bem digo: vale a pena. A delicadeza da flor contrasta com o sabor pungente do bacon e do parmesão (na foto, não tinha parmesão, assim que eu as tirei do forno, foram devoradas e não deu tempo pra foto não...rs), e tudo isso fica bem marcado com o molhinho mais-simples-impossível de azeite, limão e sal.

ALCACHOFRAS AO BACON E PARMESÃO COM DELICADO MOLHO DE LIMÃO

  • 3 alcachofras roxas (fresquíssimas nessa época do ano)
  • 1/2 copo de vinagre de vinho tinto
  • 1 colher de chá de sal
  • 200g de bacon (eu uso o mais magro possível) picado em cubos de 1cm de lado
  • 200g de parmesão de boa qualidade ralado grosso na hora de usar
  • Suco de 2 limões
  • 3 colheres de sopa de azeite
  • Sal a gosto
  • Mais azeite para regar
  1. Limpe as alcachofras: corte com uma tesoura as pontas de todas as pétalas maiores (mais ou menos 1cm), e corte o talo (pedúnculo) o mais próximo possível da flor em si (próximo das sépalas e pétalas). Vá abrindo as pétalas com os dedos, e lave com água corrente a cada espaço que você for encontrando. Imediatamente após lavar, mergulhe a alcachofra em mais ou menos 2L de água com 1/2 xícara de vinagre de vinho tinto e 1 colher de chá de sal (para que não oxidem, ficando escuras). Faça uma por vez, para que elas fiquem de molho o mais rápido possível. Deixe-as descansando aí por aproximadamente 45minutos.
  2. Prepare sua panela de pressão com 2 dedos de água, um pouquinho de sal (que vai temperar o coração da alcachofra) e algumas tiras do talo da flor, se você quiser. Ele dá um sabor muito bom ao caldo onde vão ser cozidas as flores.
  3. Retire as alcachofras do descanso, enxaguando-as em água corrente. Vá colocando pedacinhos de bacon entre cada uma das pétalas que você for afastando, e coloque-as na panela de pressão. É melhor que elas fiquem "justinhas" na panela, para evitar que elas tombem durante o cozimento. Regue-as com azeite de oliva, feche a panela de pressão e cozinhe por 20 minutos quando começar a chiar. Eu coloquei na água do cozimento alguns dentes de alho com casca, para dar sabor aos corações, e também para comê-los com pão depois do cozimento: eles viram um creme dentro da casca, bem mais suave que o alho cru, e muito saboroso com azeite de oliva e sal, numa fatia de pão italiano...huuuuummm...
  4. Enquanto espera cozinhar, prepare o molhinho: misture o suco dos 2 limões com as 3 colheres de sopa de azeite de oliva e sal a gosto. Quem gosta pode colocar pimenta preta moída na hora, moderadamente.
  5. Quando abrir a panela, tire as alcachofras com cuidado, e coloque-as numa assadeira. Polvilhe-as com o parmesão ralado na hora, mais um fio de azeite e forno alto nela, por uns 15 minutos, até o parmesão derreter e começar a ficar crocante. Retire-as do forno e sirva com o molho de limão. Após terminar de comer as pétalas, limpe o coração e sirva-o com uma fatia de pão italiano e mais um fiozinho de azeite, e os dentes de alho que cozinharam com as flores...é bom isso, viu???

PS: um bacon mais "gordinho" poderia dar mais sabor ao coração, pois sua gordura ia derreter durante o cozimento e temperar a flor. Mas eu simplesmente não suporto gordura do bacon...rsrs, por isso uso sempre o magro.

PS2: me ocorreu que alguém pode não saber como se come a alcachofra (ninguém precisa saber tudo na vida, né???rsrs). Para comer as pétalas, retiram-se estas uma a uma, e escorregam-se no meio dos dentes, até soltar nos seus dentes uma parte mais carnudinha, que corresponde à inserção da pétala no coração da alcachofra. Pode-se ou não mergulhar a pétala no molhinho. Depois que as pétalas acabarem, retire os pelinhos (você vai saber o que é quando chegar lá, rsrs) com uma colher, e o que ficar na sua mão, é o coração: ele é macio, suave, levemente amargo, e é a parte mais "nobre" da alcachofra.

domingo, 27 de setembro de 2009

Meu respeito às "Donas de casa que tem um blog"

Hoje eu estava passeando pelas comunidades de comida que eu gosto no orkut, e me deparei com um comentário que me chateou um pouco. Não porquê eu me considere uma dona de casa com um blog, de jeito nenhum. Ser dona de casa exige um talento que eu não tenho. Exige paciência, dedicação, uma certa dose de docilidade e amabilidade que eu, hehehe, quem me conhece bem sabe, não tenho. Eu sou uma dona de casa bem fajuta, que decide ter muito o que estudar pra atrasar um pouco o momento de varrer o quintal, por exemplo. Mas o comentário me chateou porque eu respeito, e muito, as donas de casa, tenham ou não blog.

Bom, quem me lê por aqui sabe que eu sou fã de comida caseira. Eu já pude experimentar várias sensações gastronômicas, porque gosto de viajar e experimentar comidas locais, porque valorizo a culinária dos lugares que visito, porque tive condições financeiras para conhecer o restaurante de alguns dos chefs mais badalados aqui do Brasil (e alguns fora também, embora bem poucos). E, apesar de eu sempre sair por ai experimentando aquilo que é regional, que está na moda, que é para poucos, etc e tal, quando eu penso em sabores complexos e agradáveis, quando eu penso no que cozinhar para as pessoas próximas num domingo tranquilo, não tem jeito: o que me vem à cabeça é a comidinha caipira da minha avó, que desconhecia a possibilidade de se comprar creme de leite fresco ou nata no mercado, e pacientemente, guardava, todos os dias, a nata do leite que ela fervia de manhã para fazer para mim e para meu primo Vinicius o pudinzinho de nata, ou pannacotta, que eu tanto gosto e respeito (embora meus amigos achem que falta açúcar, rsrs). Me vem também à cabeça a comida da minha Tia Lena, que eu sempre cito aqui, que vê as receitas com olhos de lince, e que do alto da sua experiência, sabe que uma receita pode ou não dar certo pela proporção de farinha, ovos, gordura, mas que nunca na vida pisou numa escola de culinária, tampouco é chef de alguma cozinha além da dela própria. Podem vocês todos, chefs (duvido muito que tenha algum por aqui lendo isso, rsrs), tentar fazer um Pâte à Choux redondinho o suficiente que produza éclairs levíssimas, douradas, parecendo que uma nuvem explodiu dentro delas e criou o espaço perfeito para o recheio de creme não muito melado de açúcar, como eu gosto, e para a cobertura de chocolate docinho docinho, que minha Tia Lena é capaz de fazer. Verdade. Eu já perambulei por boa parte do Brasil atrás de alguém que faça como ela, ou melhor que ela, e não tem jeito: todo mundo que prova as Bombas da Tia fica com a sensação de pulga atrás da orelha de "como isso pode ser tão crocante e macio ao mesmo tempo? Tão doce e nada enjoativo?". E tem mais: minha Tia faz massa de Bombas ou Bombas, porquê se eu chegar pra ela pedindo a receita de Pâte à Choux, pra fazer éclairs ou profiterolis, ela não vai saber o que me dar. Mesmo. De verdade. Minha Tia Lena e minha avózinha, nenhuma das duas teria um blog, por não saber usar um PC. Se eles tivessem um blog, provavelmente não teriam fotos, ou se tivessem, seriam fotos que não enquadrariam adequadamente o prato, ou que não teriam luz suficiente (algo parecido com as minhas...rsrs), porque elas não aprenderam a fotografar como muitos por ai. Nem por isso elas não são as melhores cozinheiras que eu conheci.

E comida da mãe então? Ai é covardia com os melhores chefs do mundo! Tem alguém que não goste da comida da própria mãe? E será que a senhora mãezinha de todos os que criticam os blogs simples de comida caseira sabem fotografar pratos com perfeito ajuste de luz, com o delineamento certo de qual porção do prato está em destaque, qual fica ao fundo? Pode até ser que uma ou duas saibam, pode ser. Mas uma coisa é certa: essa é a comida preferida de todas as pessoas que eu conheço, a comida da mãe. A minha não sabe fotografar, vê os email e as notícias na internet, mas quem tem que descarregar as fotos da câmera dela para o computador sou eu, porque ela não sabe. E nem por isso ela deixava de me preparar pratos ogramente servidos do melhor gnocchi que existe antes de eu ir fazer as provas do vestibular, para eu ter energia. Nem de fazer a melhor feijoada, cremosa, cheia de pedaços de carne, nada gordurenta, pelo capricho em cozinhar tudo antes de incorporar ao feijão, e tirar toda a gordura. Nem deixou de queimar a batedeira quando eu era criança, batendo e batendo várias vezes por dia as receitas de sorvete que ela fazia pra eu não precisar comer sorvetes industrializados cheios de gordura trans e conservantes (e ficava sem nem um cristalzinho de gelo, tanto que eu cresci o ser mais crítico de sorvetes do mundo!). E se minha mãe tivesse um blog... ele ia ser muito parecido com o meu: sem técnica, sem boas fotos, com os textos mais simples do mundo e que associam comida boa a boa companhia e boas passagens na vida. Quantas pessoas associam o melhor dia das suas vidas a um dia em que jantaram num restaurante espetacular recém inaugurado em SP por um chef super ultra mega descolado e inovador? E quantas acham que foi o dia que ganharam um cavalinho de cabo de vassoura (sabem o que é isso? rsrs) do Vô e da Vó?
Viva a todos os blogs de pessoas que querem compartilhar de boa vontade o que fazem de melhor nas suas cozinhas!

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Bolo de Fubá pra tomar com café e manteiga, e saudade da amiga que mora longe...

Não tem época mais interessante do que o tempo da faculdade. Apesar de eu parecer uma velhinha relembrando os tempos de mocidade, eu me formei no final do ano passado, em Medicina Veterinária, aqui no interiorrrr, na cidade de Botucatu. A universidade onde estudei atrai estudantes do Brasil inteiro, que buscam aqui o ensino de qualidade e a estrutura que o Estado de São Paulo nos disponibiliza. Quando a gente está no terceiro ano do Ensino Médio ou no cursinho, a gente imagina um mundo de sonhos dentro da universidade - conhecer pessoas novas, ter aulas magníficas, desfrutar de toda a tecnologia que existe na tão sonhada e escolhida a dedo instituição de ensino. Mas agora que a gente se formou, cada um voltou pra sua cidade ou foi pra uma cidade mais longe ainda em busca de trabalho, o que a gente lembra mesmo são as festas, as aulas que a gente dormiu porquê tinha ido pra balada no dia anterior, as vezes que nos juntávamos para virar a noite estudando (com esperança de colocarmos o máximo de decorebas na cabeça pra tirar uma notinha melhor), os famigerados CDs da parasito (que você só conseguia responder a questão seguinte se acertasse a anterior), as asas caídas-bicos abertos-penas arrepiadas da Ornitopatologia, as maravilhosas aulas de Rodízio do Simone, onde íamos vacinar uns lotes de ovelhas e ganhávamos um lindo churrasco de recompensa (parece que só o Simone entendia o quanto a gente precisava de um tempo juntos e esquecidos do Hospital Veterinário), o X-coelho servido na campanha de vacinação (pão-alface-cenoura-sachê de maionese e catchup vencidos), onde trabalhávamos desde as 6:30 até sabe-Deus-que-horas-terminaríamos-a-contabilidade-dos-animais-vacinados. Era na campanha de vacinação também que ganhávamos saquinhos de supermercado cheios de jabuticabas, potes cheios de amoras, garrafas de refrigerantes, as bênçãos de uma velhinha que nos agradecia enormemente a vacina de raiva que demos no seu gatinho. Além da campanha tinha o dia que a gente colhia sangue na disciplina de Zoonoses, pra ver se a gente tinha Título de Anticorpos para raiva (necessário para que participássemos da campanha), e nesse dia uma colega de sala desmaiou quando viu o próprio sangue. As pizzadas na República Capim-Canela, onde fizemos a Pizza XLI, em homenagem a nossa turma. As festas que organizávamos pra juntar um dinheirinho para a formatura, e que meeeedo tínhamos de ter prejuízo. Os churrascos de turma no final do ano, os churrascos do rodízio, os churrascos na casa dos amigos.


Churrasco do Professor Simone, nosso Patrono








Churrasco da Turma, segundo ano, Borbs - Milagre - Inglúvio - Guela - Eu - Ama






Meu aniversário no Zerão, Ricotinha - Eu - Inglúvio







Copavet no terceiro ano, Patchou - Rolão - Fernanda - Eu - Emília







Ano Novo na praia, Milagre - Haroldo - Ricotinha - Eu, e a Vodka dentro de nós



Gente, quanta coisa boa que a gente lembra! Mas o que mais dá saudade, aquela que quase dói fisicamente no meu coraçãozinho, é a companhia de meia dúzia de amigos da turma que eram mais chegados. Saudade da Ricotinha que está tomando novos rumos e galgando sonhos lá em Campinas, e que vejo pouquinho! Saudades da Milagre, que virou Workaholic, e nem manda notícias para os amigos mais, mas que eu sei que está com saudade da gente lááá em Jacareí. Saudades do Rolão, agora um homem sério e casado (que acertou na loteria no dia que encontrou a TD), e agora, como é sério e responsável, trabalha lá em Santos. E a Guela, também uma senhora casada e moradora da cidade de Curitiba, que resolveu botar coragem no peito junto com o marido e abriram uma clínica por lá (toda a sorte do mundo para eles). A saudade maior do mundo tem nome, Fernanda, porquê se eu coloco o apelido dela aqui eu perco a amiga! rsrs. Ela foi uma das integrantes da nossa república, a Eu Acho é Pouco, onde morávamos também eu, o Haroldo e eventualmente a Inglúvio (que continua em Botucatu comigo), a Milagre, a Ricotinha, e quem mais passasse por aqui e precisasse de um cantinho. Quando a Fernanda morava aqui, lavar a louça era uma briga, a empregada nos roubava até filtro solar, a gente chorava o tempo todo (A Fernanda porque chorava mesmo, e eu as vezes surtava com a pressão toda de decide estágio-tira nota nas provas-estuda neuro-briga com o Haroldo), e eu tentava agradar o paladar ultra-mega-seletivo para porcarias não comestíveis da Fer. Os seus pratos preferidos eram Batatas Fritas, Omelete de Batatas Fritas, Batata Suíssa (quase frita), Batatas McCain (carinhas sem gosto de purê de batata) fritas... E aí as vezes ela queria alguma coisa realmente comestível: uma delas, e a que me encheu de saudade e me fez largar tudo o que eu estou estudando agora, foi Bolo de Fubá, numa tarde friiiiia de Botucatu, que tínhamos uma aula que merecia ser matada, e que foi matada em prol da execução dessa iguaria que minha amiga queria comer com manteiga.



Fernanda abraçada no seu bolo de fubá


A receita me agrada muito, pois não leva queijo ralado, e não fica pesado. Na verdade, é um bolinho muito muito simples, que fica até meio farelento, mas que tem um saborzinho divino. Quem me deu a receita foi minha Tia Lena, a boleira de primeira. Mas o que me agrada mesmo é sempre lembrar dos amigos com esse carinho todo, e saber que a Fernanda está lá em Lavras agora, morando na fazenda e empenhando todo o seu talento na reprodução de equinos, e que ela vai lembrar desse dia especial de aula matada com bolo de fubá, e quem sabe, trocar algumas batatas fritas por essa receitinha fácil fácil de fazer no liquidificador!


Foto de celular dos integrantes da nossa república, a Eu Acho É Pouco, Fernanda, Eu, Haroldo




Amo você, Sugris! (ihhh, contei o apelido... mas falar amo-você-Fernanda não é tão sonoro quanto Sugris... rsrs).
E amo vocês todos, amigos citados ou não nesse post. Me visitem em Botucatu! E que venha o churrasco de um ano de formados!
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BOLO DE FUBÁ COM CÔCO DA TIA LENA
Rende um bolo em forma de buraco no meio


Ingredientes:

  • 2 xícaras de chá de açúcar
  • 5 colheres de sopa de manteiga
  • 3 ovos
  • 1 xícara e meia de farinha de trigo
  • 2 xícaras de fubá
  • 2 xícaras de leite
  • 1 colher de sopa de fermento químico em pó
  • 1 xícara de côco ralado (pode usar o de saquinho, eu mesma usei)
  • Erva doce a gosto

  1. Bater no liquidificador os ovos, o açúcar, o fubá, a manteiga e metade do leite. Depois, colocar a farinha e o côco ralado, e bater mais um pouco para misturar. Por fim, dissolva o fermento no resto do leite frio, incorpore à massa, e coloque erva doce em grão à gosto.
  2. Coloque a massa na forma de furo no meio untada com óleo e polvilhada com farinha, asse por 35 minutos em forno à 250ºC (pré aquecido por 10 minutos).

Essa receita é muito, muito fácil, ? Ninguém tem desculpa pra não agradar alguém que a gente ama com um bolinho desses...




sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Risotto perfeito, modéstia um tico Scotta!


Essa semana eu andei com uma mão pesada na cozinha, nada do que eu fazia dava certo. A maldição da cozinha tava tão brava, que o copo do meu liquidificador desmontou 2 vezes com a receita de bolo de cenoura (??? não é a coisa mais simples do mundo???) que eu estava fazendo ontem. Ai, ainda ontem, eu até queimei o arroz! A situação estava me deixando preocupada, quando eu me dei conta que havia um restinho de camarões que sobraram de uma execução bem mal-feitinha de outro prato aqui em casa. Então eu tinha uma esperança! Fazer um risotto de camarão que tivesse um fundo muito bem sedimentado, ou seja, que fosse saboroso e encantador mesmo sem os camarões: um risotto bianco adicionado de alguns camarões. Acho que eu falei, falei e falei mas não fui clara! Acontece as vezes de eu ser meio confusa, rsrs. Mas é isso: bem simples, um risotto perfumado e adicionado de camarão! E não é que deu certo?

Deu tão certo que eu escutei do curitibano fresco daqui de casa que tinha sido um dos melhores pratos que eu tinha preparado. Que orgulho: agradá-lo não é fácil não!

Vamos ao prato, pra quem quiser surpreender alguém querido com uma comidinha fácil, rápida, e sem educação de tão gostosa! (a foto tá ruim, eu sei...bem, to bem longe de ser fotógrafa! uahauhaauha)



RISOTTO DE CAMARÃO
Minha interpretação
Rende 2 porções imensas ou 3 porções normais



Ingredientes:

  • 1,5 xícara de arroz arbóreo de boa qualidade (não, não serve o comum...rsrs)
  • 300g de camarões cinza médios descascados e sem cabeça
  • 1 cebola média picada (beeem fininha)
  • 1 dente de alho picado (beeem pequenininho)
  • 1 colher de sopa de azeite de oliva
  • 1 taça de vinho branco de boa qualidade (usei um Chardonnay argentino)
  • 1 ramo pequeno de salsa picado finamente
  • 3 folhas de cebolinha picadas finamente
  • 1 colher de sopa de manteiga sem sal
  • 150g de parmesão de boa qualidade ralado na hora (não, não serve de saquinho...rsrs)
  • 1 pitada generosa de pimenta do reino moida
  • 1 pitada generosa de noz moscada ralada na hora
  • sal a gosto (prove o risotto no final, e acerte o sal)
  • Caldo de camarão em quantidade suficiente para cozinhar o arroz (+ ou - 1,5L)
Para o caldo:

  • 1,7L de água
  • Cascas e cabeças dos camarões que você vai usar no risotto
  • 1 ramo de alecrim
  • 1 ramo de salsa
  • 2 folhas de cebolinha
  • 4 grãos de pimenta branca
  • 1 cebola grande picada grosseiramente
  • 1 dente de alho inteiro
  • 1 pitada de sal



  1. Comece preparando o caldo: Coloque todos os ingredientes na água, e cozinhe por uns 15 minutos, mexendo de vez em quando e retirando toda a espuma que se acumular na superficie. Coe o caldo, despreze todos os resíduos sólidos, e mantenha o caldo aquecido, em fogo baixo, para ser adicionado aos poucos ao risotto.
  2. Em uma panela baixa e larga, refogue levemente os camarões em azeite, até que eles fiquem vermelhinhos. Retire-os e reserve-os. Nessa mesma panela, no mesmo azeite (acrescente mais se necessário), refogue a cebola e o alho picados finamente. Quando ficarem macios, acrescente o arroz arbóreo e refogue por alguns minutos. Essa etapa é importante para começar a suavizar o amido da superfície do grão. Adicione a taça de vinho branco e mexa vigorosamente até evaporar. Quando já estiver mais sequinho (não muito), comece a adicionar o caldo da seguinte forma: coloque uma concha do caldo coado, mexa o risotto (não pare de mexer), e quando metade do caldo já tiver evaporado, acrescente mais uma. Faça isso até a superfície do grão ficar macia, e o caldo começar a ficar cremoso.
  3. O meu risotto cozinhou em 19 minutos depois que eu coloquei o vinho branco. O tempo pode variar um ou dois minutos para mais ou para menos, mas não muito mais que isso. Quando faltarem uns 5 minutos para terminar o processo, coloque os camarões levemente refogados, mexa, e continue adicionando caldo. Quando o grão estiver al dente e o caldo cremoso, é porquê seu risotto está quase pronto: falta adicionar mais uma concha de caldo (que será absorvida no tempo que o risotto vai esperar com o fogo apagado, 3 ou 4 minutos), a pimenta preta moída, uma colherada de manteiga e o queijo ralado. Tampe a panela e deixe descansar.
  4. Abra a panela, mexa o risotto delicadamente, e prove o sal. Faça as correções necessárias, adicione a salsa e a cebolinha picadinhas, mexa novamente e sirva IMEDIATAMENTE. Mais alguns minutos e o risotto vira uma pasta impossível de comer. Se suas visitas não chegaram, não comece a preparar o risotto. Isso é um erro muito comum de quem quer receber visitas com a comida já pronta. Lembre-se: a visita é quem espera pela massa e pelo risotto, nunca o contrário. Eu servi aqui em casa com salada de folhas e tomate e taças do mesmo vinho que eu usei no preparo. Vale a pena. Garanto.



PS: pode sobrar caldo, viu? Se você julgar o seu risotto pronto com menos caldo, tudo bem. Se precisar de mais, pode adicionar um pouco de água aquecida pra não ter que preparar tudo de novo. Caldo em cubinho? Eu não uso, porquê não gosto do sabor. Margarina no lugar da manteiga? Aqui em casa eu nem compro margarina! E considero que ela não faz por uma receita o que faz uma boa manteiga de qualidade...



segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De volta a minha casinha...

Mas não sem lamentar deixar para trás as pessoas que reencontrei e conheci em Bogotá. O povo Bogotano é muito simpático, gentil, festeiro. Arrisco dizer que eles possuem uma felicidade "brasileira". Das reuniões familiares às farras e salsas, todos estavam empenhados em se divertir e fazer a visita de todos os estrangeiros muito feliz e agradável. Pessoas boas, muito boas. Que saudade.
Quanto à gastronomia, devo dizer que me deixa menos saudades, rsrs. Infelizmente, os pratos típicos colombianos não agradaram meu paladar, e nem o paladar dos outros brasileiros que estavam presentes. Nem o paladar dos argentinos. Tampouco o dos chilenos. O que tenho a dizer sobre a comida típica é que ela é muito particular, utiliza ingredientes de excelente qualidade, parte de matéria prima bruta e é bastante condimentada com ervas frescas, pimentas e aromas, ou seja, não sei porque não agradou meu paladar. O Ajiaco, o prato tradicional bogotano, é uma espécie de sopa feita com 3 tipos diferentes de batatas (criolla, sabanera e tocarreñas), peito de frango desfiado e temperada com coentro e guascas. Serve-se o ajiaco (infelizmente não bati nenhuma foto!) com espigas de milho (tipo mazorca), creme de leite freco levemente fermentado, arroz cozido com leite de côco, abacate não muito maduro e alcaparras. Embora eu goste muito de todos estes ingredientes separadamente (sorry...frango não!), a combinação deles me pareceu meio demais. O sabor é muito marcado, e a sopa cai meio pesada. Já a Arepa é uma espécie de panqueca feita com milho branco e queijo, que estava doce demais ou de menos na minha opinião - para um prato salgado, doce demais, para uma sobremesa, insossa. Os bogotanos comem arepa no café da manhã, para acompanhar o almoço ou jantar, ou para um lanche. No café da manhã, eles comem um sopa com carne, arepa de queijo, ovos fritos e arroz! Sei não, mas para mim parece meio pesado...rsrs! Enfim, o que vai deixar saudade lá de Bogotá é o tal do El Corral Hamburguesas, que me serviu um Pancho (cachorro quente) num pão leve e saboroso, com uma salsicha imeeeensa bem temperada e levemente picante, com molho tipo holandês muito bem feito. Acompanhado por uma deliciosa cerveja Club Colombia, foi minha última refeição naquela cidade linda, folclórica, com um povo prestativo e simpático, com o clima mais maluco que eu já vi, e com meus amigos queridos que, mais uma vez, ficaram loooonge.
E claro que não me esqueci de vocês, amigos que pacientemente me lêem por aqui: fotografei todas as frutas que consegui até o dono do supermercado me tirar a câmera! Vão aí as deliciosas e aromáticas frutas da Colombia:

Tomate de Árbol: tem cara de tomate, tem gosto de tomate, mas tem uma casca meio picante. O suco é muito bom!



Gulupa: se parece muito com nosso maracujá, mas é mais suave e adocicada.



Lulo: Não dei descrever o sabor, só sei que é muito diferente e aromático, e seu suco é muito agradável.



Jeitinho colombiano de vender morangos: você pode escolhê-los pela cor, tamanho, maturação... e não é obrigado a comprar potinhos com morangos bonitos em cima e coisinhas insignificantes embaixo...



Uchuvas: conhecidas aqui por Physallis, são azedinhas, macias, aromáticas...




Na foto lá em cima, que abre o post, tem ainda algumas frutas abertas: Pitaya (miolo branco com sementinhas pretas), Maracuya (que é o nosso maracujá doce), Lulo (alaranjado e esverdeado, com sementinhas pequenas), Tomate de árbol (o que parece um tomate aberto), Uchuvas (physallis, pequenas e amarelinhas, baratíssimas por lá) e Gulupa (parece maracujá, com a casca roxa).

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A rainha da frescura aprovou...


...Bogotá é linda, limpa, não tem cachorros nem pessoas morando nas ruas, o povo Bogotano é simpático, educado e bonito!!

Estou hospedada na casa de minha amiga Yadira, e tive uma pequena (mas desesperadora, devo dizer) sindrome da altura (aqui estamos a 2600m do nível do mar). Senti fraquezas, tonturas, sentia que ia desmaiar, com a frequencia cardiaca ultra alta. Mas já estou bem.

Comi um excelente jantar de 3 pratos com o pessoal da diretoria da NeuroLatinVet (não comentei aqui, mas eu estou num Congresso de Neuro Veterinária na Colômbia).

E o mais chocante de tudo: o avião era óóótimo, tinha uma telinha LCD em cada poltrona que funcionava como game interativo, onde podia-se assistir filmes, documentários e séries, ouvir músicas, jogar alguns jogos... a viagem passou rápido e só passamos por 2 pequenos momentos de turbulência, e o pouso...quase dei um beijo no piloto, pois o avião não bateu no chão de uma vez, e sim encostou no solo suavemente, e ele freou rapidinho - meu maior medo de todos num avião é ele não conseguir frear - não sei porque! rrsrs

Enfim, a rainha da frescura que acha defeitos em todos os lugares do mundo que não sua casa, esta amando rever os amigos da Argentina, Colômbia, Venezuela, do Rio, de São Paulo...e conhecer coisas novas - amanhã vou provar cachaça de anis e dançar salsa!

domingo, 23 de agosto de 2009

Viajando...


Torçam por mim, porque eu moooooooooooorro de medo de avião!
Bjos!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Strudel facinho, facinho... e abusado no açúcar!


As vezes, eu me distraio fazendo alguma coisa. Começo a escrever um texto e logo logo estou falando de alguma coisa muito diferente do assunto que me fez começar. Começo assistir um filme, e loguinho já estou pensando se eu dei comida para os cachorros, se eu tenho alguma coisa pra fazer antes de ir para a faculdade no dia seguinte, coisas assim. E quando eu estava polvilhando açúcar nesse Strudel recém-assado, me distraí sabe Deus com o que, e coloquei açúcar demais. Quer saber? Ficou ótimo mesmo assim!


STRUDEL DE MAÇÃ
Rende 1 Strudel

  • 10 maçãs gala
  • 1/2 xícara de açúcar (cerca de 100g)
  • 1/4 de colher de chá de canela em pó
  • 1/8 de colher de chá de noz moscada moída
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 3 folhas de massa phyllo e manteiga para uni-las
  • 1L de água com uma colher de sopa e suco de limão
  1. Aqueça uma colher de manteiga numa panela, e acrescente as maçãs descascadas picadas em cubinhos de 1cm (enquanto estiver picando, vá colocando os pedacinhos de molho em 1L de água e uma colher de sopa de suco de limão, para não escurecer, e deixar um gostinho bom. Escorra antes de colocar na panela). Cozinhe por alguns instantes, acrescente o açúcar, a canela e a noz moscada, mexa bem e tampe a panela. Mexa de vez em quando, até que as maçãs estejam cozidas, e levemente pastosas, sem excesso de líquido. Espere esfriar completamente.
  2. Prepare a massa: coloque numa superfície lisa uma folha da massa, e pincele manteiga derretida. Encaixe sobre essa mais uma folha, e repita o processo, até acabarem as folhas. coloque o recheio no meio da massa longitudinalmente (não sei se isso ficou claro, mas é assim: coloque uma tira de recheio com 1/3 da medida da largura da massa, bem no centro dela). Dobre as abas da massa sobre o recheio, pincelando manteiga para uni-las. Dobre as pontas da massa, para que o recheio não escape. Vire o strudel, para as emendas ficarem em contato com a forma (forrada com papel manteiga apenas). Pincele manteiga sobre ele, e asse em forno alto por 10 minutos (pode ser um pouquinho a mais ou a menos, dependendo da potência do seu forno). Fique de olho no forno, e quando estiver dourado já está no ponto!
  3. Polvilhe sobre o strudel já assado açúcar de confeiteiro e canela em pó. Sirva ainda quente.

PS: Strudel de massa phyllo é strudel de preguiçoso, eu sei, viu? Mas é que eu realmente queria usar minhas maçãs de um jeito gostoso e com pouco trabalho. Espero que gostem!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Meu aniversário...

...ganhei até café na cama!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Desastre 1


A foto tá bonita, não está? Então, pessoal, mesmo tentando deixar isso ai bonito pra foto, devo dizer: não dá pra enganar vocês! Isso não tem gosto de nada! Desperdicei minha fava de baunilha, desperdicei uma pacote de massa phyllo (que aliás, contribuiu com a receita para criar um gosto de gordura velha terrível, que era o único sabor presente), desperdicei meu tempo... não, esse não foi desperdício não: eu aprendi que a gente não deve confiar em qualquer propaganda bonita e bem escrita por ai...
Pra esse não tem receita, viu?

sábado, 1 de agosto de 2009

Focaccia: Pra comer hoje!




Panificação sempre me chamou a atenção. Quando eu tinha uns 10 anos, o colégio pediu um livro paradidático chamado "Viagem ao Mundo dos Micróbios", ou algo parecido, pois minha memória não é tão boa assim. Como de costume, quando minha mãe chegava em casa com aquelas 2 ou 3 caixas enooooormes de livros didáticos e paradidáticos, cadernos, blocos de folhas de papel sulfite, almaço, quadriculado, um sem fim de lápis de cor, giz de cera, canetinhas, réguas, esquadros, eu já ia lá fuçar pra ver as leituras que me interessavam, e lia nas férias mesmo, antes das aulas começarem. O sofrível disso, e hoje apenas eu percebo, é que a escola carésima de freiras que eu estudava pedia esse monte de livro paradidático (pelo menos 2 por disciplina, ou seja, pelo menos 10 livrinhos), e na hora de indicar a leitura, discutir os livrinhos, fazer testes, organizar teatrinhos do livro, ou seja, coisas que estimulariam a leitura deles, guess what? Eu terminava o ano com todos os livros lidos por iniciativa minha, porque a escola não se esforçava nem um pouco pra isso. Meus pais eram ocupadíssimos, e acabavam não notando isso (e eu não consigo imaginar porque nunca falei isso pra eles), mas a escola merecia umas boas palmadas!


Meu Deus, essa viagem foi longa! Como eu dizia aí em cima, um dos livros pedidos e nunca usados da escola foi esse dos Micróbios. Foi o primeiro livro daquele ano que eu li, e um dos que eu mais gostei: era sobre uma menina que acordou resfriada, não foi a escola, e quando chegou perto de uma fatia de pão mofada na cozinha, ouviu uma voz misteriosa: era um fungo do pão falando com ela. O fungo ofereceu a ela uma mordida de um cogumelo, ela mordeu e foi diminuindo, diminuindo, diminuindo...até ficar do tamanho do funguinho, e foi conhecer o mundo dos micróbios, desde os microorganismos patogênicos, que causam doenças e são prejudiciais, até aqueles benéficos que formam nossa flora intestinal, fermentam pão, fazem iogurte... Pronto! Dois amores meus juntos: ciências (que vieram a dar cara de Veterinária para mim) e comida! Amei o livro. E comecei a olhar com outros olhos minha mãe fazendo pão, os iogurtes, e até os antibióticos que eu eventualmente tomava para minhas intermináveis crises de sinusite.

Eu demorei para me aventurar na panificação de verdade. Lembro de um episódio com minha grande amiga Maria Tereza, a Placenta. Nós estávamos curtindo a fossa do século das nossas vidas, e ela me convidou pra ir até a casa dela fazer um pão e tomar um café da sua recém comprada cafeteira Bialetti, e lá fui eu. Ela fez o pão, e eu fiquei naquela ajuda de "coloca mais farinha!", "pega a forma pra mim?", essas coisas. Como era o primeiro pão que ela fazia, o nomeamos "Primo", que, imaginávamos, seria o primeiro de muitos pães que faríamos, e assim nunca mais precisaríamos pisar numa padaria. O café da Bialetti (salvo uma exceção, rsrs) ficou ótimo, mas quando tiramos o pão o forno, ai ai ai: ele tinha a casca muuuito grossa, o miolo seco, totalmente sem sal (e sem açúcar, e sem sabor...), uma tristeza! De raiva, comemos o Primo o tanto que aguentamos, e depois fomos fornecendo pequenos pedaços dele para o Lucky, como tira-gosto. Esse episódio aumentou a minha tensão só em pensar em fazer um pão, e quando eu fui fazer o meu primeiro pão solo, peguei a receita infalível da minha mãe. Comprei os ingredientes, amassei, deixei fermentar, tirei o ar, moldei os pães, deixei fermentando de novo, assei e...surpresa!! Meu pão ficara pior que o da minha amiga Placenta! Esse não tinha mesmo condições de ser consumido como pão, e eu acabei fazendo farinha de rosca com ele.


Passou-se o tempo e eu com a pulga atrás da orelha: foi a farinha? foi o forno? foi a fermentação excessiva/insuficiente? foi falta de fermento? Não sei o que foi. Quando fiz meu segundo pão, usei uma farinha melhor, especial para pães, medi os ingredientes direitinho, assei em fogo alto e ele ficou muito bom! Mesmo. Cheiroso, fofinho, casca fina e quebradiça, sem gostinho residual de fermento (que eu odeio)... No mesmo dia, dada as coincidências dessa vida, recebi uma mensagem da minha amiga Placenta, que dizia algo assim: "Amiga, hoje fiz o Secondo, que ficou muito bom, a despeito do Primo!". Sendo ou não coincidência, atingimos as duas juntas o nosso objetivo poético de transformar um cereal em pão, técnica que alimenta o povo da terra há muito tempo. Come-se pão (nas suas mais diversas variações) em todos os cantos do mundo, e eu aqui, na minha cozinha pequena, reproduzo algumas receitas com amor e carinho, para alimentar os que eu amo. Desde o dia do meu primeiro sucesso, vários sucessos já aconteceram aqui, e alguns fracassos, quando tento usar uma técnica que ainda não domino, ou quando não encontro os meus ingredientes preferidos (na minha cidade, nem sempre é fácil). Esse pão é muito simples, sua origem é italiana, e eu o faço sempre que quero comer alguma coisa quentinha, com gostinho de casa, cheirosa, e que me lembre que eu posso partir do ingrediente mais simples para fazer aquilo que vai com certeza agradar a todo mundo. A focaccia de alecrim, que é a mais comum, usa ingredientes que todos temos em casa, como farinha, azeite de oliva, sal grosso, fermento fresco, ou seja, é só levantar do sofá e decidir fazer um pãozinho clássico!


Focaccia é democrática, coloque por cima dela tudo o que você mais gostar. Mas coma no dia: minha focaccia, no dia seguinte, fica borrachuda (e até hoje não encontrei uma receita que não fique).



FOCACCIA DE ALECRIM/TOMATE COM AZEITONAS PRETAS E MOZZARELA DEFUMADA
Adaptada de muitos lugares, é uma mistura de muitas receitas...
Rende 1 focaccia grande, com 2 coberturas



  • 15g de fermento biológico fresco (ativo fresco, 1 tablete)
  • 700g de farinha para pães (pode ser menos, depende da absorção de água da sua farinha)
  • 450mL de água
  • 35mL azeite de oliva extra-virgem
  • Sal (eu gosto de pouquinho sal na massa)

Cobertura de Azeite e Sal (todas as focacce levam):

  • 70mL de azeite de oliva extra-virgem
  • 30mL de água
  • Sal grosso moído (ou flor do sal) à gosto

Cobertura de Alecrim:

  • Ramos de alecrim fresco bem lavado e limpo (somente as folhinhas)

Cobertura de Tomate, Mozarella e Azeitonas Pretas

  • 2 tomates italianos picados em rodelas bem finas, e secos em papel absorvente
  • 20 azeitonas pretas grandes (azapa, califórnia) picadas longitudinalmente
  • 50g de Mozarella defumada ralada na hora (corte grosso do ralador)
  1. Dissolva o fermento na água, acrescente o azeite de oliva e um pouquinho da farinha (mais ou menos 100g) e misture bem. Acrescente o sal, e vá adicionando a farinha e mexendo a massa, até que ela fique muito macia, mas não grudenta e bem homogênia. Pode ser que você não use toda a farinha.

  2. Sove bastante para desenvolver o glúten, e depois deixe-a fermentar numa tigela untada com azeite até dobrar de tamanho (em casa demorou 1h dentro do forno, coberta com filme plástico).

  3. Abra a massa com as mãos, acomodando-a numa forma grande untada com azeite de oliva, até que a massa tenha altura uniforme e fique com, no máximo, 1,5cm. Deixe fermentando por aproximadamente 1h, coberta com filme plástico. Ela vai crescer um pouquinho mais, ficando com cerca de 2-2,5cm.

  4. Pré-aqueça o forno a 250ºC. Faça furos com os dedos sobre a sua focaccia (como na foto). Bata os ingredientes da cobertura básica de azeite (menos o sal grosso) com um garfo ou fouet pequeno, até ter uma emulsão. Espalhe essa emulsão por toda a massa, fazendo com que ela fique empoçada nos furos que você fez com os dedos. Espalhe sal grosso por cima de tudo isso, e leve ao forno por 16-18minutos. Abra o forno, retire a forma de lá, e espalhe: De um lado, as folhinhas de alecrim; de outro, acomode as fatias de tomate, os pedacinhos de azeitona e a mozarella ralada. Volte ao forno por mais 5 minutos. Não deixe sua focaccia dourar: ela é mesmo um pão branquinho.

sábado, 25 de julho de 2009

70 anos de pimentas!


Em 70 anos faz-se muita coisa. Pra quem duvida, é só pensar na cara do mundo na época da Segunda Guerra Mundial, e a cara do mundo hoje. Hoje acessamos informações com toques dos dedos, viajamos para o outro lado do mundo em aviões, comemos aqui no Brasil (até eu, na minha cidadezinha pequenininha aqui do interior), o que se come em todo o mundo, com relativa facilidade. Vimos em 70 anos os EUA levantarem-se como a grande potencia econômica mundial, vimos a reconstrução da Europa, o nascimento e queda da URSS. Assistimos de camarote a criação da tristeza do povo brasileiro, quando nossa democracia foi roubada, e o retorno desconfiado do povo às ruas quando a ditadura acabou. A música mudou, a arte mudou, a gastronomia elegeu e depôs modismos.



Quando eu nasci, há 25 anos, o mundo já tinha mais ou menos essa cara. Eu já nasci no reestabelecimento da democracia, lá no ABC paulista, onde os trabalhadores saíram às ruas pedindo melhores condições de trabalho, melhores salários, e participação política daqueles que carregavam a economia da região nas costas.



Quando eu nasci, meus pais escolheram para mim os melhores padrinhos do mundo, o Tio Dado e a Tia Lena. Tia Lena cuidava de mim enquanto minha mãe e meu pai trabalhavam, e eu acabava ficando lá até de noite, porque meus pais costumavam chegar depois das 20h do trabalho. Jantava as maravilhosas sopas de legumes, caldos de feijão com macarrão, carne com batatas. Ai chegava meu padrinho, e já vinha com um potinho de vidro na mão, muito colorido, chamando a atenção da criança:

" -Que é isso, Tio???

- Pimenta. Quer experimentar?

- Quero!" (eu sempre queria...)



E ai nasceu minha paixão pelas pimentas. Em tudo o que eu colocava no prato, ia lá uma gotinha das pimentas do meu Tio (as que ele deixava, as mais fortes eu não conhecia...rs). Todas as conservas dele eram guardadas num armário debaixo da pia da cozinha, lá na casa da V. Assis, e eu abria aquele armário e ficava olhando tantos vidrinhos lindos e coloridos, com tantas qualidades diferentes de pimentas, e pensava: Tio Dado é um gênio, transforma pimenta, que poucas pessoas gostam, num complemento tão perfeito para comidas quentinhas e dias frios!



O tempo passou, eu vim para Botucatu, e, morando sozinha, fui ao mercado e comprei minha primeira conserva de pimenta, de uma marca bem conhecida. Prepara o jantar, faz o prato, senta, abre o frasco de pimenta, coloca umas gotinhas na comida e... aquilo apenas ardeu a minha boca. Não muito. Ardeu só um pouquinho, mas não tinha gosto de absolutamente nada. Por que será? Compra outra marca. Experimenta. Nada. Só ardência moderada. Troca a qualidade da pimenta. Experimenta Comari em Vinagre. Nada. Será que sou eu que cresci e não gosto mais de pimentas??? Não. Não é. Até hoje, quando visito meus tios lá naquela lonjura no ABC, eu degusto as delícias da minha tia com gotinhas de pimentas do meu tio. Eu ainda amo pimentas, mas amo as conservas bem feitas, bem temperadas, perfumadas. Aquelas que não ficam rançosas mesmo conservadas por anos em vidros com óleo. Conservar pimentas é uma arte que muitas pessoas fazem bem, mas poucas são brilhantes. E hoje, correndo o risco de não conseguir fazer uma conserva de pimenta que chegue aos pés da conserva do meu tio, achei que era um bom jeito de prestar uma homenagem para ele, que ajudou a me criar com muito carinho (e pulso bem firme), que me fazia banquinhos de madeira quando eu era pequena, que guardou os primeiros desenhos que eu fiz, que me ensinou a gostar de pimentas e de literatura. Hoje ele faz 70 anos, e essa é uma grande data: é o aniversário de uma das pessoas mais importantes da minha vida. Obrigada tio Dado! E Parabéns!



CONSERVA DE PIMENTAS MALAGUETAS





  • 1 vidro de palmito, azeitona, ou outro fervido por 20 minutos em água

  • Pimentas Malaguetas (Capsicum frutescens) que completem o vidro

  • Dentes de alho descascados

  • Ramos de alecrim

  • 1 pau de canela pequenininho

  • Óleo de girassol até completar o vidro




  1. Lave as pimentas e o alecrim, e seque sobre um pano de copa bem limpo. Coloque as pimentas, o alecrim, a canela e o alho no vidro, arrumando para que fique "simpático" para quem olha o vidro de fora. Aqueça o óleo numa panela, e quando estiver beeeeem quente, derrame o óleo lentamente sobre as pimentas, até cobri-las completamente. Feche o vidro e deixa quietinha no escuro por um mês antes de usar.



PS: como eu fiz minha conserva há pouco mais de 1 hora, ainda não a experimentei, claro. Daqui a um mês eu posto um Up, dizendo se ela ficou do jeito que eu queria. Espero que sim!


sexta-feira, 17 de julho de 2009

De novo comidinhas que minha avó fazia!


Não tem jeito: por mais que eu conheça e conheça coisas novas, experimente de tudo, goste de coisas esquisitas, ingredientes exóticos, etc, etc, etc... Tem coisas que são insubistituíveis. O cheiro de cebola, alho e sal refogados na casa da minha tia Lena (únicos temperos que ela usa, mas, veja só! Cada preparação tem um sabor diferente...), o molho de tomates pelados e queijo jovem ralado na hora da tia Lu (aquele, que acompanha aquele gnocchi que derrete na boca), os bolos de aniversário que minha mãe me fazia (fazia o bolo, os docinhos, os salgadinhos...só comprava alguns excelentes docinhos modelados da D. Antonieta, minha mãe tinha sim um trabalhão pra me agradar com as festinhas), e, claro, o que eu jamais vou esquecer: a comida da minha avó. Era tudo muito simples. Tão simples que parecia inacreditável ser tão bom. A carne assada era temperada apenas com sal, um dia antes de ir para a panela com batatas, que ficavam coradinhas. A sopa de pão que ela fazia quando eu era criança era uma barbada: pão amanhecido, leite, sal...e eu não queria mais nada para a janta. O macarrão com ovo (que eu descobri depois que tratava-se de Spaghetti alla Carbonara...) era ovo batido, um pedacinho de queijo ralado na hora, toucinho defumado, sal, pimenta do reino moída e spaghetti cozido bem quente jogado por cima. Só mais um minutinho no fogo e já estava divino. E o Cuscuz Paulista, meu Deus! Famoso, era o pedido dos filhos quando a visitavam, que de simples que era, sagrou-se como um dos sabores mais complexos que eu já provei. O dela era feito com sardinha. Aqui em casa, para agradar o pessoal que o comeu, coloquei atum - por mim, podia mesmo ser feito com pedações de sardinha pelo meio da massa e também decorando prato, como a Vóinha fazia. O meu não levou palmito, pelo simples fato de que não tinha na despensa.
O fato é que não ficou igual ao da minha avó. Eu tenho paciência, apuro bem o molhinho na hora do cozimento, tempero direitinho, e, tecnicamente, meu cuscuz sai bem perto do ideal (sem falsa modéstia... rsrs). Mas falta o cheiro da casa dela, o jeito que ela mexia as panelas, as pragas que ela dizia sobre as facas mal-afiadas. Igual à comida da minha avó eu nunca comi.
CUSCUZ PAULISTA
Adaptado da lembrança que eu tenho do cuscuz da Vóinha
Rende um cuscuz em forma de 25cm de diâmetro com furo no meio
Xícara medidora: 240mL
Massa:
  • 1/4 de xícara de azeite de oliva
  • 1 cebola grande picada (não muito pequeno)
  • 4 dentes de alho picado (bem pequenininho)
  • 3 tomates pelados e sem sementes batidos no liquidificador (pode trocar por polpa de tomate)
  • 1/2 xícara de farinha de mandioca torrada fina
  • 3/4 de xícara de água
  • 3 latas de atum em pedaços conservado em água
  • 1/2 lata de ervilhas
  • 1/2 lata de milho verde
  • 10 azeitonas verdes sem caroço picadas
  • pontas das claras dos ovos cozidos para a montagem
  • Pimenta do Reino, sal, salsinha e cebolinha à gosto
  • Farinha de milho biju até dar ponto (aquela em flocos amarelinhos)
  1. Refogue as cebolas e o alho no azeite. Quando estiver dourado, coloque os tomates e cozinhe por alguns minutos, com o fogo baixo e mexendo sempre.
  2. Adicione a farinha de mandioca e mexa vigorosamente.
  3. Em seguida, adicione a água e todos os outros ingredientes depois, menos a farinha de milho.
  4. Vá adicionando colheradas de farinha de milho e mexendo, em fogo baixo, até conseguir uma massa que seja bem macia, mas desgrude das mãos. Reserve.

Montagem:

  • 2 ovos cozidos em rodelas (fatias de 1cm)
  • 1 tomate em rodelas bem finas
  • azeitonas
  • milho em lata
  • óleo para untar a forma
  1. Unte a forma de buraco no meio com óleo. Comece dispondo os ovos e as rodelas de tomate de um jeito que forme um desenho harmonioso, mas não espere a perfeição estética: o cuscuz é um prato rústico, e vai ficar lindo mesmo que estiver tortinho.
  2. Quando os ovos e os tomates já estiverem arrumados, coloque o milho por cima, tomando cuidado para que o milho cubra apenas os espaços entre os ovos e os tomates, e não fique em cima destes, porque senão na hora de desenformar, eles separam a decoração da massa. Vá encaixando as azeitonas onde tiver um espacinho.
  3. Pegue com as mãos porções de massa do tamanho de bolas de tênis e vá acomodando a massa na forma. Aperte bem entre uma camada e outra, para que ele fique compacto e desenforme bem.
  4. O cuscuz não precisa ir para o forno: já está pronto e pode ser desenformado na hora. Costuma-se servir o cuscuz morno ou frio, com salada de folhas verdes.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Quiche gostosa com ingredientes que eu tinha em casa


Olá!

Se existe uma coisa que me chateia é jogar comida fora. Não adianta: sempre que eu vejo algo na minha geladeira que já está "passadinho", penso porque eu comprei tanto, e existem milhares de pessoas passando necessidades no mundo quando eu posso me dar o luxo de deixar estragar algo na minha casa. Então, quando eu estava visitando minha mãe e ela me pediu para fazer uma Quiche Lorraine, não tive dúvidas: fiz uma quiche alternativa com o restinho de couve-flor cozida do almoço, e usei o queijo disponível (um parmesão de boa qualidade) ao invés de sair atrás de um gruyère. E ela ficou muito boa! Recomendo!



QUICHE COM COUVE FLOR E BACON
Rende uma quiche
Tempo de preparo: 1h



Massa:



  • 250g de farinha de trigo comum
  • 125g de manteiga sem sal gelada cortada em cubos
  • 50mL de água gelada
  • uma pitadinha de sal (eu não costumo colocar nada...)
  1. Vá esfarelando a manteiga nas palmas das mãos e misturando à farinha, até virar uma farofa não muito homogênia. Acrescente a água, misture rapidamente, formando uma bola de massa. Não sove nem mexa na massa por muito tempo, para não desenvolver o glúten da farinha, para que a massa já assada fique compacta e crocante. Envolva a massa em filme plástico, e coloque na geladeira por 20 minutos antes de usar.
  2. Coloque a massa gelada no meio de uma forma redonda de 25cm de diâmetro (com fundo removível), e vá apertando-a com as mãos, para fazer uma cobertura de todo o fundo e lateral da forma que fique não muito grossa, e bem distribuída. Faça furos em toda a massa com um garfo e asse em forno pré aquecido a 200ºC, por aproximadamente 8 minutos (ou até a massa ficar firme, mas sem dourar). Reserve.
Recheio:


  • 4 ovos
  • 100g de parmesão de boa qualidade ralado grosso na hora (cerca de 1 xícara)
  • 200g de creme de leite fresco (1 xícara)
  • 150g de bacon em cubos
  • 1 xícara de couve-flor cozida e separada em flores de 1cm de diâmetro
  • Sal, pimenta do reino preta moída e noz moscada ralada a gosto


  1. Prepare o bacon: frite-o em panela anti aderente até que toda a gordura saia e ele fique bem crocante e dourado. Reserve.
  2. Prepare o creme: Bata os ovos, acrescente o creme de leite, o queijo ralado, o sal, a noz moscada e a pimenta, e misture muito bem. Reserve.
  3. Montagem: sobre o fundo da massa pré assada, coloque a couve flor e os cubos de bacon. Sobre eles, coloque o creme de ovos. Asse no forno pré aquecido a 200ºC até firmar e ficar levemente dourado na superfície.






terça-feira, 30 de junho de 2009

Bolo de Banana Caramelado (Para cair no gosto do paranaense daqui de casa...)


Cuque é um bolo muito delicado, feito com uma miríade de frutas diferentes, e muito conhecido no sul do Brasil. Eu já comi cuque de banana do Haroldinho, cuque de banana da confeitaria A Familiar de Curitiba, cuque de frutas vermelhas do Alexandre, e cuque de uva (a melhor combinação para o meu paladar) da mãe da Thaíne (saudade desse povo...). Todos me encantaram de verdade, mas eu inventei de fazer uma receita que eu como desde pequena para o paranaense aqui de casa provar. Não sei se ela é típica de algum lugar do país, mas na minha casa, quando alguém falava em fazer Bolo de Banana, era algo muito parecido com isso que era executado...



BOLO DE BANANA CARAMELADO
Rende um bolo de buraco no meio de 25cm de diâmetro



Caramelo:
  • 1 xícara e meia de açúcar
  • 3/4 de xícara de água
  • 5 bananas nanicas bem maduras
  1. Misture os dois primeiros ingredientes em uma panela (sem revestimento de teflon, para que se possa ver a cor) e cozinhe até formar uma calda não muito escura, e forre uma forma de buraco no meio de 25cm de diâmetro com ela.
  2. Corte as bananas em metades longitudinais e forre o fundo da forma. Se sobrou caramelo, pode colocar sobre as bananas. Reserve.


Massa:
  • 2 claras em neve
  • 2 gemas
  • 4 colheres de sopa de água
  • 1 xícara de farinha de trigo
  • 1 xícara de açúcar
  • 1/2 colher de sopa de fermento químico
  • 1 colher de chá de extrato natural de baunilha
  1. Na batedeira, bata as gemas com a água, quando dobrar de volume, acrescente o açúcar. Bata até ficar um creme claro e fofo. Coloque a baunilha, e desligue a batedeira. Misture o fermento químico com a farinha e coloque aos poucos no creme, mexendo delicadamente. Quando estiver homogênio, coloque as claras em neve, e mexa delicadamente. Não é desejável nesse momento que a massa fique muito homogênia, e sim, que tenha "grumos" de clara em neve. Coloque sobre a assadeira de buraco no meio preparada com as bananas.
  2. Leve ao forno médio (150-180 graus), e asse por aproximadamente 40 minutos. Teste com um palito para ver se está assado. Espere esfriar um pouco. Desenforme enquanto ainda estiver morno sobre um prato de servir.

Ele desenforma bem fácil, e fica com boa altura, além de lindo e gostoso, claro!






segunda-feira, 29 de junho de 2009

Pãozinho de Queijo do meu jeito!

Olá!
Lembro de quando era novinha, meus pais costumavam visitar a fazenda de uma amiga da faculdade, a Tia Alda. A fazenda ficava em Minas Gerais, e eu vivia atrás dos cavalos, vaquinhas de leite, porquinhos, do pomar, essas coisas que só podiam apaixonar uma criança e torná-la veterinária quando mais crescidinha - e assim foi feito. Além da óbvia paixão pelos animais, eu já guardava e cuidava de outra paixão arrasadora: comidas tradicionais. Conhecer um lugar e não conhecer sua comida, seus temperos, seus utensílios de cozinha típicos, é conhecer pela metade. Os preconceituosos da comida perdem muito do cenário visitado se não se arriscam a provar aquilo que o povo local valoriza como seu: é assim com o acarajé com vatapá na Bahia, as moquecas maranhenses e capixabas, o churrasco e chimarrão gaúcho no inverno, o camarão de todas as formas do mundo no Ceará, o barreado do paranaense. Isso falando apenas do Brasil, claro. E quando eu era petitica e ia pra Minas Gerais com meus pais não era diferente: doces de leite apurados para vários pontos diferentes, queijo fresco, tachos de barro pendurados na área de serviço, geléias de todas as frutas do pomar, colheres de pau imensas, compotas, doces com base de ovos (pézinho de Portugal...), pão caseiro, café puro, leite tirado da vaca um tico só de tempo antes, angu, couve, churrasco de carneiro (com uma mistura de temperos, não só com sal), e claro, estrelando uma grande paixão de infância, Pão de Queijo. Eu lembro como se fosse hoje do cheiro do pão de queijo saindo do forno crocante, molinho por dentro, com pequenos pontos de queijo derretido no meio da massa. E é dessa lembrança, e com a ajuda de uma receita da minha mãe, que eu inventei essa aí: tem a cara da minha lembrança!

PÃO DE QUEIJO DO MEU JEITO:
(cerca de 30 pãezinhos)

500g de polvilho azedo
300mL de leite integral
150mL de óleo de girassol
3 ovos
500g de queijo meia cura ralado grosso
150g de queijo minas padrão ralado grosso
Sal (se o seu queijo não for suficiente para salgar a massa)

Coloque o polvilho numa tigela bem grande. Aqueça o leite até quase ferver, junte nele o óleo, e misture vigorosamente, para formar uma emulsão. Despeje essa mistura sobre o polvilho e mexa rapidamente com uma colher de pau, até que todo o polvilho tenha sido umedecido pelo líquido, e tente desfazer as pelotinhas. Espere esfriar, coloque os ovos, misture bem, coloque o queijo meia cura e sove bem. Por último, coloque o queijo padrão, misture delicadamente, faça bolinhas e asse sobre papel manteiga (facilita a limpeza da forma) até que fique douradinho. Recheie como quiser (queijo cremoso, queijo cremoso com azeitonas, manteiga, geléia, doce de leite...), ou coma purinho mesmo! Infalível, simples e delicioso!

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Chegou!!


Há uns dias chegou o livro que o Beto me enviou, pelo Desafio de Aniversário do Blog dele, o lindo e extremamente didático Receita Passo a Passo, http://receitapassoapasso.blogspot.com/ . Gente, o livro é muito especial, amei! Fico muito grata ao Beto e claro, a todos que votaram em mim! Este é meu primeiro livro de receitas, fico com ele pra cima e pra baixo...rs.
Já separei várias receitas dele para fazer, e depois posto aqui.
Logo apareço com as receitas que eu fiz no final de semana...

domingo, 10 de maio de 2009

Yakisoba para esquentar o frio que está chegando...

Olá a todos!
Voltei recentemente de uma viagem a Buenos Aires, e fico devendo receitas que aprendi por lá. Hoje estava um friozinho, e resolvi cozinhar uma especialidade da cozinha oriental, muito apreciada aqui no Brasil. A receita é muito simples, qualquer pessoa com nenhuma experiência na cozinha é capaz de fazer essa delicia. Para que agrade a todos, sugiro que não se coloque pimentão (ou se todos gostarem de pimentão, seja feliz!), pois poucas pessoas gostam do sabor acentuado dele. Coloquei pouco óleo e não fritei o macarrão, para ficar mais light...
Beijinhos!

YAKISOBA DE FILET MIGNON E LEGUMES
(para 2 pessoas, porções gigantescas!)

1 colher de sopa de óleo de gergelim (na falta dele, use de soja ou de girassol)
200g de Filet Mignon cortado em cubos pequenos ou tiras
1/2 xícara de cenouras cortadas em rodelas não muito finas
1/2 xícara de brócolis em flores pequenas
1/2 xícara de couve-flor em flores pequenas
1/2 xícara de cebolas cortadas à Juliana
1 xícara de talos de acelga cortado em pedaços de 2cm
150g de macarrão próprio para yakisoba cozido
150mL de molho shoyu de boa qualidade
150mL de água
1 colher de sopa de amido de milho
1 colher de chá de açúcar
1 colher de chá de glutamato monossódico
1/2 envelope de Hondashi (pó de peixe oriental)

Modo de Fazer:

Numa panela grande, coloque o óleo de gergelim e refogue nele os pedaços de filet mignon. Quando estiver bem refogado, coloque as cenouras, um pouquinho do shoyu, e tampe a panela por 2 minutos. Abra a panela, e coloque a couve-flor e o brocólis. Mexa, coloque mais um pouquinho de shoyu e feche a panela por 2 minutos. Abra a panela, coloque a cebola, o resto do shoyu e os talos de acelga, e mexa bem. Adicione o macarrão cozido, o amido de milho dissolvido nos 150mL de água, o hondashi e o glutamato. Mexa bem, feche a panela. Sirva imediatamente.

PS: pessoal, cuidado com o sal! O shoyu já é super salgado, então, antes de colocar mais sal, experimente e apenas corrija se necessário, ok? Eu não adicionei na minha receita! O shoyu light é um pouco menos salgado.

terça-feira, 24 de março de 2009

Dia Feliz!


Olá a todos!

Hoje é um dia muito feliz...eu visitei o Blog do Beto, e descobri que eu fui a ganhadora do Desafio de Aniversário do Blog dele... foi a primeira vez que eu participei de algum concurso relacionado à Gastronomia, e eu concorri com uma receitinha que, novamente, me lembra minha avózinha: Panna Cotta. Publico abaixo a receita para que os curiosos tentem em casa...



PANNA COTTA COM FRUTAS E CALDA DE CHOCOLATE MEIO AMARGO

Ingredientes:

120mL de leite integral frio
1 colher e meia de chá de gelatina em pó sem sabor (cerca de 4g)
1 xícara e meia de creme de leite fresco (com cerca de 35% de gordura)
1 pitada de sal fino
5 colheres de sopa de açúcar branco (mascavo e demerara prejudicam a aparência)
1 fava de baunilha aberta ou uma colher de chá de essência de baunilha.
1 xícara de framboesas (congeladas ou frescas)
1 xícara de mirtilos (blueberry) congelados
100g de chocolate meio amargo
30g de manteiga sem sal.

Modo de Preparo:

1) Para o pudim: Panna Cotta, para quem nunca experimentou, é um pudim de creme de leite cozido, com pouco açúcar, muito macio e aveludado, muito simples. Para fazê-lo, misture o leite frio com a gelatina, e reserve. Coloque numa panela pequena o creme de leite com 3 colheres de sopa de açúcar (as outras colheres são para o molho de frutas), a fava de baunilha aberta ou a essência de baunilha e a pitada de sal. Leve ao fogo, mexendo sempre, até que essa mistura comece a ferver. Nesse ponto, desligue o fogo, e mexa mais uns instantes, até parar de levantar bolhas. Coloque esse creme sobre o leite com a gelatina, e mexa com um fouet durante alguns minutos, para esfriar. Quando esfriar, coloque o creme em pequenos potinhos, leve à geladeira por 12 horas, ou até estar firme.

2) Para o molho de frutas: coloque as frutas numa panela pequena, adicione 2 colheres de sopa de açúcar e cozinhe por 5 a 8 minutos. Quando estiver cozido, amasse as frutas groseiramente com um garfo, para virar um molho espesso e azedinho. Coloque um pouco desse molho em cada prato de servir (no mesmo número de potinhos que sua panna cotta rendeu), e leve a geladeira até ficar geladinho.

3)Para a calda de chocolate meio amargo: coloque numa panela a manteiga e chocolate. Leve ao fogo em banho maria até o chocolate derreter e ser encorporado pela manteiga. Prepare apenas na hora de servir, para que esteja quente na sobremesa pronta.

4)Montagem: Tire os pratos de servir com o molho da geladeira. Aqueça cerca de meio litro de água numa panela. Mergule o fundo dos potinhos com o pudim na água quente, para a gelatina amolecer levemente e soltar-se do pote. Desenforme o pudim sobre o molho de frutas gelado. Sobre os pudins, coloque a calda de chocolate meio amargo ainda quente, e decore com framboesas e mirtilos. Sirva imediatamente.

Substituições:
Minha avó preparava Panna Cotta com geléia de morangos. Fica muito bom flambar os morangos fatiados, e depois colocar o açúcar. Manter a calda de chocolate é opcional, mas que ela combina muito com o sabor levemente doce e delicado da panna cotta, ah, isso combina!

Eu não substituiria o creme de leite fresco por creme de leite enlatado, por 2 motivos: o sabor do creme de leite fresco é muito superior, e a cor, mais branca, e isso é essêncial para a receita. Ela deve ter a cor mais clara possível. Também descaracteriza a receita o uso de iogurte. Embora o pudim com iogurte fique muito gostoso, ele tem um sabor diferente daquele que é conseguido nas casas das famílias italianas.

Fava de baunilha é dificil de encontrar pra todo mundo que não mora em São Paulo. Eu mesmo encomendei algumas pela internet, pois moro no interior de SP, e quem disse que elas chegaram a tempo de entregar a receita para o Beto? Usei a essência artificial, mas, quem puder, tente com a fava... fica único.

Manteiga por margarina...bem...eu não uso margarina! Sou partidária do sabor da manteiga, e ainda tenho medinho da hidrogenação da margarina...algo tão industrializado assim, não pode fazer bem!

Amoras do começo da primavera também são excelentes para acompanhar sua panna cotta, em forma de geléia com pouco açucar.

Espero que todos gostem da receita, e fico feliz pela valorização de atitudes como essa do Beto, integrar pessoas de diferentes cantos do país com o mesmo objetivo nobre: acariciar nossos paladares e o paladar de todos os que amamos! Parabéns para o Blog, para o Beto, pela iniciativa, e a todos que participaram!