segunda-feira, 31 de agosto de 2009

De volta a minha casinha...

Mas não sem lamentar deixar para trás as pessoas que reencontrei e conheci em Bogotá. O povo Bogotano é muito simpático, gentil, festeiro. Arrisco dizer que eles possuem uma felicidade "brasileira". Das reuniões familiares às farras e salsas, todos estavam empenhados em se divertir e fazer a visita de todos os estrangeiros muito feliz e agradável. Pessoas boas, muito boas. Que saudade.
Quanto à gastronomia, devo dizer que me deixa menos saudades, rsrs. Infelizmente, os pratos típicos colombianos não agradaram meu paladar, e nem o paladar dos outros brasileiros que estavam presentes. Nem o paladar dos argentinos. Tampouco o dos chilenos. O que tenho a dizer sobre a comida típica é que ela é muito particular, utiliza ingredientes de excelente qualidade, parte de matéria prima bruta e é bastante condimentada com ervas frescas, pimentas e aromas, ou seja, não sei porque não agradou meu paladar. O Ajiaco, o prato tradicional bogotano, é uma espécie de sopa feita com 3 tipos diferentes de batatas (criolla, sabanera e tocarreñas), peito de frango desfiado e temperada com coentro e guascas. Serve-se o ajiaco (infelizmente não bati nenhuma foto!) com espigas de milho (tipo mazorca), creme de leite freco levemente fermentado, arroz cozido com leite de côco, abacate não muito maduro e alcaparras. Embora eu goste muito de todos estes ingredientes separadamente (sorry...frango não!), a combinação deles me pareceu meio demais. O sabor é muito marcado, e a sopa cai meio pesada. Já a Arepa é uma espécie de panqueca feita com milho branco e queijo, que estava doce demais ou de menos na minha opinião - para um prato salgado, doce demais, para uma sobremesa, insossa. Os bogotanos comem arepa no café da manhã, para acompanhar o almoço ou jantar, ou para um lanche. No café da manhã, eles comem um sopa com carne, arepa de queijo, ovos fritos e arroz! Sei não, mas para mim parece meio pesado...rsrs! Enfim, o que vai deixar saudade lá de Bogotá é o tal do El Corral Hamburguesas, que me serviu um Pancho (cachorro quente) num pão leve e saboroso, com uma salsicha imeeeensa bem temperada e levemente picante, com molho tipo holandês muito bem feito. Acompanhado por uma deliciosa cerveja Club Colombia, foi minha última refeição naquela cidade linda, folclórica, com um povo prestativo e simpático, com o clima mais maluco que eu já vi, e com meus amigos queridos que, mais uma vez, ficaram loooonge.
E claro que não me esqueci de vocês, amigos que pacientemente me lêem por aqui: fotografei todas as frutas que consegui até o dono do supermercado me tirar a câmera! Vão aí as deliciosas e aromáticas frutas da Colombia:

Tomate de Árbol: tem cara de tomate, tem gosto de tomate, mas tem uma casca meio picante. O suco é muito bom!



Gulupa: se parece muito com nosso maracujá, mas é mais suave e adocicada.



Lulo: Não dei descrever o sabor, só sei que é muito diferente e aromático, e seu suco é muito agradável.



Jeitinho colombiano de vender morangos: você pode escolhê-los pela cor, tamanho, maturação... e não é obrigado a comprar potinhos com morangos bonitos em cima e coisinhas insignificantes embaixo...



Uchuvas: conhecidas aqui por Physallis, são azedinhas, macias, aromáticas...




Na foto lá em cima, que abre o post, tem ainda algumas frutas abertas: Pitaya (miolo branco com sementinhas pretas), Maracuya (que é o nosso maracujá doce), Lulo (alaranjado e esverdeado, com sementinhas pequenas), Tomate de árbol (o que parece um tomate aberto), Uchuvas (physallis, pequenas e amarelinhas, baratíssimas por lá) e Gulupa (parece maracujá, com a casca roxa).

terça-feira, 25 de agosto de 2009

A rainha da frescura aprovou...


...Bogotá é linda, limpa, não tem cachorros nem pessoas morando nas ruas, o povo Bogotano é simpático, educado e bonito!!

Estou hospedada na casa de minha amiga Yadira, e tive uma pequena (mas desesperadora, devo dizer) sindrome da altura (aqui estamos a 2600m do nível do mar). Senti fraquezas, tonturas, sentia que ia desmaiar, com a frequencia cardiaca ultra alta. Mas já estou bem.

Comi um excelente jantar de 3 pratos com o pessoal da diretoria da NeuroLatinVet (não comentei aqui, mas eu estou num Congresso de Neuro Veterinária na Colômbia).

E o mais chocante de tudo: o avião era óóótimo, tinha uma telinha LCD em cada poltrona que funcionava como game interativo, onde podia-se assistir filmes, documentários e séries, ouvir músicas, jogar alguns jogos... a viagem passou rápido e só passamos por 2 pequenos momentos de turbulência, e o pouso...quase dei um beijo no piloto, pois o avião não bateu no chão de uma vez, e sim encostou no solo suavemente, e ele freou rapidinho - meu maior medo de todos num avião é ele não conseguir frear - não sei porque! rrsrs

Enfim, a rainha da frescura que acha defeitos em todos os lugares do mundo que não sua casa, esta amando rever os amigos da Argentina, Colômbia, Venezuela, do Rio, de São Paulo...e conhecer coisas novas - amanhã vou provar cachaça de anis e dançar salsa!

domingo, 23 de agosto de 2009

Viajando...


Torçam por mim, porque eu moooooooooooorro de medo de avião!
Bjos!

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Strudel facinho, facinho... e abusado no açúcar!


As vezes, eu me distraio fazendo alguma coisa. Começo a escrever um texto e logo logo estou falando de alguma coisa muito diferente do assunto que me fez começar. Começo assistir um filme, e loguinho já estou pensando se eu dei comida para os cachorros, se eu tenho alguma coisa pra fazer antes de ir para a faculdade no dia seguinte, coisas assim. E quando eu estava polvilhando açúcar nesse Strudel recém-assado, me distraí sabe Deus com o que, e coloquei açúcar demais. Quer saber? Ficou ótimo mesmo assim!


STRUDEL DE MAÇÃ
Rende 1 Strudel

  • 10 maçãs gala
  • 1/2 xícara de açúcar (cerca de 100g)
  • 1/4 de colher de chá de canela em pó
  • 1/8 de colher de chá de noz moscada moída
  • 1 colher de sopa de manteiga
  • 3 folhas de massa phyllo e manteiga para uni-las
  • 1L de água com uma colher de sopa e suco de limão
  1. Aqueça uma colher de manteiga numa panela, e acrescente as maçãs descascadas picadas em cubinhos de 1cm (enquanto estiver picando, vá colocando os pedacinhos de molho em 1L de água e uma colher de sopa de suco de limão, para não escurecer, e deixar um gostinho bom. Escorra antes de colocar na panela). Cozinhe por alguns instantes, acrescente o açúcar, a canela e a noz moscada, mexa bem e tampe a panela. Mexa de vez em quando, até que as maçãs estejam cozidas, e levemente pastosas, sem excesso de líquido. Espere esfriar completamente.
  2. Prepare a massa: coloque numa superfície lisa uma folha da massa, e pincele manteiga derretida. Encaixe sobre essa mais uma folha, e repita o processo, até acabarem as folhas. coloque o recheio no meio da massa longitudinalmente (não sei se isso ficou claro, mas é assim: coloque uma tira de recheio com 1/3 da medida da largura da massa, bem no centro dela). Dobre as abas da massa sobre o recheio, pincelando manteiga para uni-las. Dobre as pontas da massa, para que o recheio não escape. Vire o strudel, para as emendas ficarem em contato com a forma (forrada com papel manteiga apenas). Pincele manteiga sobre ele, e asse em forno alto por 10 minutos (pode ser um pouquinho a mais ou a menos, dependendo da potência do seu forno). Fique de olho no forno, e quando estiver dourado já está no ponto!
  3. Polvilhe sobre o strudel já assado açúcar de confeiteiro e canela em pó. Sirva ainda quente.

PS: Strudel de massa phyllo é strudel de preguiçoso, eu sei, viu? Mas é que eu realmente queria usar minhas maçãs de um jeito gostoso e com pouco trabalho. Espero que gostem!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Meu aniversário...

...ganhei até café na cama!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Desastre 1


A foto tá bonita, não está? Então, pessoal, mesmo tentando deixar isso ai bonito pra foto, devo dizer: não dá pra enganar vocês! Isso não tem gosto de nada! Desperdicei minha fava de baunilha, desperdicei uma pacote de massa phyllo (que aliás, contribuiu com a receita para criar um gosto de gordura velha terrível, que era o único sabor presente), desperdicei meu tempo... não, esse não foi desperdício não: eu aprendi que a gente não deve confiar em qualquer propaganda bonita e bem escrita por ai...
Pra esse não tem receita, viu?

sábado, 1 de agosto de 2009

Focaccia: Pra comer hoje!




Panificação sempre me chamou a atenção. Quando eu tinha uns 10 anos, o colégio pediu um livro paradidático chamado "Viagem ao Mundo dos Micróbios", ou algo parecido, pois minha memória não é tão boa assim. Como de costume, quando minha mãe chegava em casa com aquelas 2 ou 3 caixas enooooormes de livros didáticos e paradidáticos, cadernos, blocos de folhas de papel sulfite, almaço, quadriculado, um sem fim de lápis de cor, giz de cera, canetinhas, réguas, esquadros, eu já ia lá fuçar pra ver as leituras que me interessavam, e lia nas férias mesmo, antes das aulas começarem. O sofrível disso, e hoje apenas eu percebo, é que a escola carésima de freiras que eu estudava pedia esse monte de livro paradidático (pelo menos 2 por disciplina, ou seja, pelo menos 10 livrinhos), e na hora de indicar a leitura, discutir os livrinhos, fazer testes, organizar teatrinhos do livro, ou seja, coisas que estimulariam a leitura deles, guess what? Eu terminava o ano com todos os livros lidos por iniciativa minha, porque a escola não se esforçava nem um pouco pra isso. Meus pais eram ocupadíssimos, e acabavam não notando isso (e eu não consigo imaginar porque nunca falei isso pra eles), mas a escola merecia umas boas palmadas!


Meu Deus, essa viagem foi longa! Como eu dizia aí em cima, um dos livros pedidos e nunca usados da escola foi esse dos Micróbios. Foi o primeiro livro daquele ano que eu li, e um dos que eu mais gostei: era sobre uma menina que acordou resfriada, não foi a escola, e quando chegou perto de uma fatia de pão mofada na cozinha, ouviu uma voz misteriosa: era um fungo do pão falando com ela. O fungo ofereceu a ela uma mordida de um cogumelo, ela mordeu e foi diminuindo, diminuindo, diminuindo...até ficar do tamanho do funguinho, e foi conhecer o mundo dos micróbios, desde os microorganismos patogênicos, que causam doenças e são prejudiciais, até aqueles benéficos que formam nossa flora intestinal, fermentam pão, fazem iogurte... Pronto! Dois amores meus juntos: ciências (que vieram a dar cara de Veterinária para mim) e comida! Amei o livro. E comecei a olhar com outros olhos minha mãe fazendo pão, os iogurtes, e até os antibióticos que eu eventualmente tomava para minhas intermináveis crises de sinusite.

Eu demorei para me aventurar na panificação de verdade. Lembro de um episódio com minha grande amiga Maria Tereza, a Placenta. Nós estávamos curtindo a fossa do século das nossas vidas, e ela me convidou pra ir até a casa dela fazer um pão e tomar um café da sua recém comprada cafeteira Bialetti, e lá fui eu. Ela fez o pão, e eu fiquei naquela ajuda de "coloca mais farinha!", "pega a forma pra mim?", essas coisas. Como era o primeiro pão que ela fazia, o nomeamos "Primo", que, imaginávamos, seria o primeiro de muitos pães que faríamos, e assim nunca mais precisaríamos pisar numa padaria. O café da Bialetti (salvo uma exceção, rsrs) ficou ótimo, mas quando tiramos o pão o forno, ai ai ai: ele tinha a casca muuuito grossa, o miolo seco, totalmente sem sal (e sem açúcar, e sem sabor...), uma tristeza! De raiva, comemos o Primo o tanto que aguentamos, e depois fomos fornecendo pequenos pedaços dele para o Lucky, como tira-gosto. Esse episódio aumentou a minha tensão só em pensar em fazer um pão, e quando eu fui fazer o meu primeiro pão solo, peguei a receita infalível da minha mãe. Comprei os ingredientes, amassei, deixei fermentar, tirei o ar, moldei os pães, deixei fermentando de novo, assei e...surpresa!! Meu pão ficara pior que o da minha amiga Placenta! Esse não tinha mesmo condições de ser consumido como pão, e eu acabei fazendo farinha de rosca com ele.


Passou-se o tempo e eu com a pulga atrás da orelha: foi a farinha? foi o forno? foi a fermentação excessiva/insuficiente? foi falta de fermento? Não sei o que foi. Quando fiz meu segundo pão, usei uma farinha melhor, especial para pães, medi os ingredientes direitinho, assei em fogo alto e ele ficou muito bom! Mesmo. Cheiroso, fofinho, casca fina e quebradiça, sem gostinho residual de fermento (que eu odeio)... No mesmo dia, dada as coincidências dessa vida, recebi uma mensagem da minha amiga Placenta, que dizia algo assim: "Amiga, hoje fiz o Secondo, que ficou muito bom, a despeito do Primo!". Sendo ou não coincidência, atingimos as duas juntas o nosso objetivo poético de transformar um cereal em pão, técnica que alimenta o povo da terra há muito tempo. Come-se pão (nas suas mais diversas variações) em todos os cantos do mundo, e eu aqui, na minha cozinha pequena, reproduzo algumas receitas com amor e carinho, para alimentar os que eu amo. Desde o dia do meu primeiro sucesso, vários sucessos já aconteceram aqui, e alguns fracassos, quando tento usar uma técnica que ainda não domino, ou quando não encontro os meus ingredientes preferidos (na minha cidade, nem sempre é fácil). Esse pão é muito simples, sua origem é italiana, e eu o faço sempre que quero comer alguma coisa quentinha, com gostinho de casa, cheirosa, e que me lembre que eu posso partir do ingrediente mais simples para fazer aquilo que vai com certeza agradar a todo mundo. A focaccia de alecrim, que é a mais comum, usa ingredientes que todos temos em casa, como farinha, azeite de oliva, sal grosso, fermento fresco, ou seja, é só levantar do sofá e decidir fazer um pãozinho clássico!


Focaccia é democrática, coloque por cima dela tudo o que você mais gostar. Mas coma no dia: minha focaccia, no dia seguinte, fica borrachuda (e até hoje não encontrei uma receita que não fique).



FOCACCIA DE ALECRIM/TOMATE COM AZEITONAS PRETAS E MOZZARELA DEFUMADA
Adaptada de muitos lugares, é uma mistura de muitas receitas...
Rende 1 focaccia grande, com 2 coberturas



  • 15g de fermento biológico fresco (ativo fresco, 1 tablete)
  • 700g de farinha para pães (pode ser menos, depende da absorção de água da sua farinha)
  • 450mL de água
  • 35mL azeite de oliva extra-virgem
  • Sal (eu gosto de pouquinho sal na massa)

Cobertura de Azeite e Sal (todas as focacce levam):

  • 70mL de azeite de oliva extra-virgem
  • 30mL de água
  • Sal grosso moído (ou flor do sal) à gosto

Cobertura de Alecrim:

  • Ramos de alecrim fresco bem lavado e limpo (somente as folhinhas)

Cobertura de Tomate, Mozarella e Azeitonas Pretas

  • 2 tomates italianos picados em rodelas bem finas, e secos em papel absorvente
  • 20 azeitonas pretas grandes (azapa, califórnia) picadas longitudinalmente
  • 50g de Mozarella defumada ralada na hora (corte grosso do ralador)
  1. Dissolva o fermento na água, acrescente o azeite de oliva e um pouquinho da farinha (mais ou menos 100g) e misture bem. Acrescente o sal, e vá adicionando a farinha e mexendo a massa, até que ela fique muito macia, mas não grudenta e bem homogênia. Pode ser que você não use toda a farinha.

  2. Sove bastante para desenvolver o glúten, e depois deixe-a fermentar numa tigela untada com azeite até dobrar de tamanho (em casa demorou 1h dentro do forno, coberta com filme plástico).

  3. Abra a massa com as mãos, acomodando-a numa forma grande untada com azeite de oliva, até que a massa tenha altura uniforme e fique com, no máximo, 1,5cm. Deixe fermentando por aproximadamente 1h, coberta com filme plástico. Ela vai crescer um pouquinho mais, ficando com cerca de 2-2,5cm.

  4. Pré-aqueça o forno a 250ºC. Faça furos com os dedos sobre a sua focaccia (como na foto). Bata os ingredientes da cobertura básica de azeite (menos o sal grosso) com um garfo ou fouet pequeno, até ter uma emulsão. Espalhe essa emulsão por toda a massa, fazendo com que ela fique empoçada nos furos que você fez com os dedos. Espalhe sal grosso por cima de tudo isso, e leve ao forno por 16-18minutos. Abra o forno, retire a forma de lá, e espalhe: De um lado, as folhinhas de alecrim; de outro, acomode as fatias de tomate, os pedacinhos de azeitona e a mozarella ralada. Volte ao forno por mais 5 minutos. Não deixe sua focaccia dourar: ela é mesmo um pão branquinho.