sexta-feira, 17 de julho de 2009

De novo comidinhas que minha avó fazia!


Não tem jeito: por mais que eu conheça e conheça coisas novas, experimente de tudo, goste de coisas esquisitas, ingredientes exóticos, etc, etc, etc... Tem coisas que são insubistituíveis. O cheiro de cebola, alho e sal refogados na casa da minha tia Lena (únicos temperos que ela usa, mas, veja só! Cada preparação tem um sabor diferente...), o molho de tomates pelados e queijo jovem ralado na hora da tia Lu (aquele, que acompanha aquele gnocchi que derrete na boca), os bolos de aniversário que minha mãe me fazia (fazia o bolo, os docinhos, os salgadinhos...só comprava alguns excelentes docinhos modelados da D. Antonieta, minha mãe tinha sim um trabalhão pra me agradar com as festinhas), e, claro, o que eu jamais vou esquecer: a comida da minha avó. Era tudo muito simples. Tão simples que parecia inacreditável ser tão bom. A carne assada era temperada apenas com sal, um dia antes de ir para a panela com batatas, que ficavam coradinhas. A sopa de pão que ela fazia quando eu era criança era uma barbada: pão amanhecido, leite, sal...e eu não queria mais nada para a janta. O macarrão com ovo (que eu descobri depois que tratava-se de Spaghetti alla Carbonara...) era ovo batido, um pedacinho de queijo ralado na hora, toucinho defumado, sal, pimenta do reino moída e spaghetti cozido bem quente jogado por cima. Só mais um minutinho no fogo e já estava divino. E o Cuscuz Paulista, meu Deus! Famoso, era o pedido dos filhos quando a visitavam, que de simples que era, sagrou-se como um dos sabores mais complexos que eu já provei. O dela era feito com sardinha. Aqui em casa, para agradar o pessoal que o comeu, coloquei atum - por mim, podia mesmo ser feito com pedações de sardinha pelo meio da massa e também decorando prato, como a Vóinha fazia. O meu não levou palmito, pelo simples fato de que não tinha na despensa.
O fato é que não ficou igual ao da minha avó. Eu tenho paciência, apuro bem o molhinho na hora do cozimento, tempero direitinho, e, tecnicamente, meu cuscuz sai bem perto do ideal (sem falsa modéstia... rsrs). Mas falta o cheiro da casa dela, o jeito que ela mexia as panelas, as pragas que ela dizia sobre as facas mal-afiadas. Igual à comida da minha avó eu nunca comi.
CUSCUZ PAULISTA
Adaptado da lembrança que eu tenho do cuscuz da Vóinha
Rende um cuscuz em forma de 25cm de diâmetro com furo no meio
Xícara medidora: 240mL
Massa:
  • 1/4 de xícara de azeite de oliva
  • 1 cebola grande picada (não muito pequeno)
  • 4 dentes de alho picado (bem pequenininho)
  • 3 tomates pelados e sem sementes batidos no liquidificador (pode trocar por polpa de tomate)
  • 1/2 xícara de farinha de mandioca torrada fina
  • 3/4 de xícara de água
  • 3 latas de atum em pedaços conservado em água
  • 1/2 lata de ervilhas
  • 1/2 lata de milho verde
  • 10 azeitonas verdes sem caroço picadas
  • pontas das claras dos ovos cozidos para a montagem
  • Pimenta do Reino, sal, salsinha e cebolinha à gosto
  • Farinha de milho biju até dar ponto (aquela em flocos amarelinhos)
  1. Refogue as cebolas e o alho no azeite. Quando estiver dourado, coloque os tomates e cozinhe por alguns minutos, com o fogo baixo e mexendo sempre.
  2. Adicione a farinha de mandioca e mexa vigorosamente.
  3. Em seguida, adicione a água e todos os outros ingredientes depois, menos a farinha de milho.
  4. Vá adicionando colheradas de farinha de milho e mexendo, em fogo baixo, até conseguir uma massa que seja bem macia, mas desgrude das mãos. Reserve.

Montagem:

  • 2 ovos cozidos em rodelas (fatias de 1cm)
  • 1 tomate em rodelas bem finas
  • azeitonas
  • milho em lata
  • óleo para untar a forma
  1. Unte a forma de buraco no meio com óleo. Comece dispondo os ovos e as rodelas de tomate de um jeito que forme um desenho harmonioso, mas não espere a perfeição estética: o cuscuz é um prato rústico, e vai ficar lindo mesmo que estiver tortinho.
  2. Quando os ovos e os tomates já estiverem arrumados, coloque o milho por cima, tomando cuidado para que o milho cubra apenas os espaços entre os ovos e os tomates, e não fique em cima destes, porque senão na hora de desenformar, eles separam a decoração da massa. Vá encaixando as azeitonas onde tiver um espacinho.
  3. Pegue com as mãos porções de massa do tamanho de bolas de tênis e vá acomodando a massa na forma. Aperte bem entre uma camada e outra, para que ele fique compacto e desenforme bem.
  4. O cuscuz não precisa ir para o forno: já está pronto e pode ser desenformado na hora. Costuma-se servir o cuscuz morno ou frio, com salada de folhas verdes.

3 comentários:

  1. OAAAAAA
    Se num vai ser AGORA q eu vou aprender a cozinhar coisas que seres humanos apreciem xD

    Nossa Mirela num sabia q vc tinha blog, ainda mais com esse tema hummm =P

    Conscientemente não adivinhei, mas no subconsciente sim, pq na hora q vc falou pra eu adivinhar eu pensei nisso e depois fiquei tipo "ah... nem deve ser vai" heheheeh, e É!!

    Um bjoooo

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  2. ola....descobri seu blog atraves do Maria Carambola.....adorei suas receitas....ja vou colocar la nos favoritos do meu blog tb ta....beijão

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  3. obrigada pela visita miga....Miguel ja esta oteeeeemooooo .... criança é assim mesmo né...rsrsrs...e é que estou ficando maluquinha com tanta receita gostosa ....rsrsrs

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Dúvidas? Estou aqui para tentar resolvê-las! E o que é mais provável que ocorra: me dêem dicas para melhorar! Amo aprender e terei o maior prazer em testar o seu jeitinho de fazer aquela receita...